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Preta Gil morre aos 50 anos após longa batalha contra o câncer

  • Foto do escritor: Kika Mesquita
    Kika Mesquita
  • 20 de jul.
  • 3 min de leitura

Foto: Reprodução/ Divulgação
Foto: Reprodução/ Divulgação

A música brasileira perdeu neste domingo (20/07) uma de suas vozes mais marcantes: Preta Gil faleceu aos 50 anos em decorrência de um câncer. Filha do cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, ela lutava contra um adenocarcinoma no intestino desde janeiro de 2023 e passou por diversos tratamentos no Brasil e nos Estados Unidos. A notícia foi confirmada por sua assessoria.


Nas últimas semanas, Preta estava em Nova York, onde buscava um tratamento experimental no Sloan Kettering Cancer Center, referência mundial em oncologia. Antes disso, também havia passado por uma avaliação no Virginia Cancer Institute, em Washington. Determinada, ela seguiu compartilhando sua rotina e mensagens de força nas redes sociais. “Mais uma dose”, escreveu em uma de suas últimas postagens, referindo-se à continuidade do tratamento.


A forma corajosa com que enfrentou a doença comoveu o país. Em 2024, ao receber o Prêmio Faz Diferença do jornal O Globo, ela declarou: “Sei que fiz a escolha certa em dividir com as pessoas as minhas vulnerabilidades e meus sofrimentos. Mas com a cabeça erguida, como sempre foi, desde o começo”.


Diagnóstico, recaída e luta pela cura


Diagnosticada no início de 2023, Preta passou por cirurgia, sessões de quimioterapia e radioterapia. Chegou a anunciar que a doença estava em remissão, mas em agosto de 2024 revelou que o câncer havia retornado com força: tumores em linfonodos, nódulo no ureter e metástase no peritônio. No mesmo mês, celebrou seu aniversário de 50 anos com uma grande festa no Rio de Janeiro, que reuniu 700 convidados e shows de Ludmilla e da banda Psirico. Também lançou sua autobiografia Preta Gil: os primeiros 50, na qual relata sua trajetória pessoal e profissional, os desafios da doença e o fim do casamento com Rodrigo Godoy, após descobrir uma traição durante o tratamento.


Em dezembro, Preta passou por uma cirurgia de mais de 18 horas para retirada de tumores espalhados pelo corpo. Com esperança, decidiu dar sequência aos cuidados fora do país. “No Brasil, já fizemos tudo que podíamos. Agora, minha chance de cura está no exterior, e é para lá que eu vou”, disse em entrevista ao Domingão com Huck.


Carreira multifacetada


Preta Maria Gadelha Gil Moreira iniciou sua trajetória na música em 2003 com o disco Prêt-à-porter, lançado quando seu pai era ministro da Cultura. A capa do álbum, em que aparecia nua, gerou polêmica e revelou seu posicionamento firme contra padrões estéticos e gordofobia. Em resposta às críticas, afirmou que o escândalo só teria ocorrido porque ela não era magra.


Ao longo da carreira, lançou outros álbuns como Preta (2005), Sou como sou (2012) e Todas as cores (2017). Criou o popular Bloco da Preta em 2009, que se tornou um dos destaques do carnaval carioca, chegando também a São Paulo anos depois. Tornou-se referência para a causa LGBTQIA+, falando abertamente sobre sua bissexualidade e defendendo a diversidade.


Preta também brilhou na televisão, com passagens por novelas como Caminhos do Coração (2007), Os Mutantes (2008) e Cheias de Charme (2012), além de atuar em séries e filmes como As Cariocas, Billi Pig e Crô em Família. Em 2010, comandou o talk show Vai e Vem, no GNT, com foco em sexualidade.


Empreendedora e autora


Além do palco e das telas, Preta também se destacou como empresária. Em 2017, fundou a agência Mynd, voltada para música, marketing de influência e entretenimento, ao lado de Fátima Pissarra e Carlos Scappini.


Sua autobiografia, lançada em agosto de 2024, mescla relatos íntimos e memórias marcantes. Entre os episódios mais emocionantes, estão a perda do irmão Pedro em um acidente de carro, sua relação com a madrinha Gal Costa — a quem considerava uma figura materna —, e as experiências de crescimento pessoal enfrentando preconceitos e julgamentos ao longo da vida.


“Vivi muitos altos e baixos, não foi uma vida fake. Foi vivida com tudo de bom e de ruim”, disse em entrevista ao *Globo*. E completou: “Tive que começar a lidar com a realidade, com pessoas que me julgavam, me odiavam. Isso foi um baque, mas enfrentei, enfrento até hoje, e tenho vencido, acho”.


Vida pessoal


Preta era filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha. Teve um único filho, Francisco, fruto do casamento com o ator Otávio Müller. Também foi casada com o mergulhador Carlos Henrique de Lima e, entre 2015 e 2023, com o personal trainer Rodrigo Godoy.


Figura carismática, generosa e politicamente engajada, Preta Gil deixa um legado de liberdade, amor próprio, arte e representatividade. Sua ausência será sentida profundamente pela música, pela televisão e pela cultura brasileira.🤍





 
 
 

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​Por: Kika Mesquita

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