Pai do rock brasileiro, Raul Seixas faria 80 anos e segue inspirando gerações
- Kika Mesquita
- 28 de jun.
- 2 min de leitura

Raul Seixas nasceu em Salvador em 28 de junho de 1945 e, se estivesse vivo, completaria hoje 80 anos. Considerado um dos nomes mais influentes da música brasileira, o cantor, compositor e produtor marcou gerações com seu estilo irreverente, letras filosóficas e uma mistura única de rock, baião, psicodelia e misticismo.
Com clássicos como Metamorfose Ambulante, Ouro de Tolo, Maluco Beleza e Sociedade Alternativa, Raul criou uma obra que atravessou o tempo e segue relevante mesmo 36 anos após sua morte. Em parceria com Paulo Coelho, idealizou a “Sociedade Alternativa”, inspirada nos escritos de Aleister Crowley, pregando liberdade individual em pleno regime militar. Suas composições provocaram, desafiaram normas e abriram espaço para discussões que permanecem atuais.
Em 1974, o álbum Gita consolidou Raul como um fenômeno nacional, com mais de 140 mil cópias vendidas e disco de ouro. Ao longo da carreira, lançou discos icônicos, como Krig-Há, Bandolo!, Novo Aeon e Mata Virgem, misturando crítica social, esoterismo e humor ácido. Sua discografia é ainda hoje referência obrigatória quando se fala em originalidade na música brasileira.
Raul Seixas faleceu em 21 de agosto de 1989, aos 44 anos, vítima de uma pancreatite agravada pelo alcoolismo e diabetes. Apesar da partida precoce, seu legado continua a influenciar artistas, pensadores e fãs que veem em sua obra uma forma de resistência, liberdade e autenticidade.
Para celebrar os 80 anos de nascimento, Raul é homenageado com a série documental Raul Seixas: Eu Sou, recém-lançada no Globoplay, além de exposições e relançamentos de discos em vinil. A filha do artista, Vivi Seixas, declarou recentemente que, se estivesse vivo hoje, o pai “estaria cancelado, incomodando muita gente e cutucando muitas feridas” — uma visão que reforça seu papel de provocador cultural.
Raul Seixas continua sendo lembrado não apenas por suas músicas, mas por sua postura inquieta e revolucionária. Sua arte permanece como um grito de liberdade em meio à conformidade. Como ele próprio dizia: "Prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."
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