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Bill Haley faria 100 anos: o primeiro astro do rock e a história que o mundo insiste em esquecer

  • Foto do escritor: Kika Mesquita
    Kika Mesquita
  • 6 de jul.
  • 2 min de leitura


Foto: Reprodução/ Getty Images
Foto: Reprodução/ Getty Images

Neste domingo, 6 de julho de 2025, completa-se o centenário de nascimento de Bill Haley, um dos nomes mais decisivos da história da música popular — e também um dos mais injustamente ignorados. Embora nem sempre lembrado entre os ícones máximos do rock and roll, como Elvis Presley, Little Richard ou Chuck Berry, Haley foi o artista que levou o gênero ao mundo. E fez isso antes de todos eles.


Muito antes de “Rock Around the Clock” se tornar o hino rebelde da juventude, Haley já misturava country e rhythm & blues — dois mundos então separados por barreiras culturais e raciais. Em 1952, com a banda Bill Haley & His Comets, lançou “Rock the Joint”, e no ano seguinte, atingiu o Top 20 das paradas americanas com “Crazy Man, Crazy” — o primeiro sucesso real que já podia ser chamado de rock and roll.


Mas foi em 1954 que tudo mudou. Com a gravação de “Rock Around the Clock”, Haley deu ao novo som sua primeira chance de alcançar o mundo. Quando a música apareceu no início do filme Sementes da Violência (Blackboard Jungle, 1955), o impacto foi imediato: escolas registraram tumultos, cinemas viraram pistas de dança, e a canção, com sua batida frenética, virou o primeiro grande hino adolescente da era moderna. O governo americano tentou bani-la. Não adiantou. A revolução já estava em curso.


Haley, no entanto, nunca foi reconhecido como um incendiário. Com seu topete, o sorriso afável e os paletós vistosos, era visto por parte da crítica como excessivamente “limpo”, quase paternal. Décadas depois, muitos só se lembrariam dele por paródias, medleys ou programas nostálgicos, como quando “Rock Around the Clock” voltou às paradas em 1989 graças ao grupo Jive Bunny & The Mastermixers. Um artista que transformou a cultura ocidental em 1955 foi relembrado, anos depois, como curiosidade de rádio retrô.


Mas os fatos não mudam: Bill Haley & His Comets foram a primeira banda de rock and roll. E “Rock Around the Clock” foi o primeiro número 1 internacional do gênero. O disco chegou aos ouvidos de milhões de pessoas ao redor do planeta — mais do que qualquer gravação anterior que hoje disputa o título simbólico de "primeiro rock da história". E isso faz toda a diferença.


Mesmo com outros sucessos como “Shake, Rattle and Roll” e “See You Later, Alligator”, a carreira de Haley foi rápida. Como boa parte da primeira onda do rock, ele brilhou forte por poucos anos. Elvis foi a exceção. Haley acabou sendo esquecido, enquanto artistas mais ousados, sex symbols ou irreverentes ganhavam espaço no panteão.


Nos anos finais, Haley vivia em Harlingen, no Texas, onde costumava frequentar cafés e bares locais, muitas vezes torcendo para ser reconhecido. Ele morreu em 1981, aos 55 anos, sozinho, em um anexo nos fundos da própria casa. Sabia que era visto por muitos como uma figura ultrapassada, e não entendia por que seu nome havia sido deixado de lado.


A verdade é que ele não tinha rivais quando o rock começou. E, se hoje o gênero é a base da cultura pop global, é porque Bill Haley abriu o caminho, virou a chave e mostrou que aquela música nova tinha poder para mudar o mundo.


 
 
 

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​Por: Kika Mesquita

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