A música perfeita? Ciência aponta Africa, do Toto, como candidata ideal
- Kika Mesquita

- 3 de ago.
- 2 min de leitura

Lançada em 1982, a clássica *Africa*, da banda Toto, foi considerada por um grupo de especialistas uma das músicas mais próximas da perfeição – pelo menos segundo critérios científicos.
A análise foi realizada em 2017 a pedido do site *Gizmodo*, que reuniu neurocientistas e estudiosos da música para entender os elementos que tornam uma canção universalmente atraente. A escolha por Africa não foi aleatória: segundo os pesquisadores, a faixa reúne uma combinação precisa de harmonia, ritmo e estrutura melódica que provoca respostas positivas no cérebro humano.
Entre os fatores apontados, está a excelência técnica da banda. O Toto é formado por músicos de estúdio altamente respeitados, conhecidos pelo cuidado na produção de seus álbuns e pelo domínio técnico em seus instrumentos. Essa sofisticação sonora, segundo especialistas, contribui para o impacto emocional da música.
Mas não se trata apenas de técnica. O efeito de uma canção sobre o cérebro humano também passa por fatores biológicos e emocionais. Pesquisadores destacaram, por exemplo, a liberação de dopamina – neurotransmissor ligado ao prazer – durante a escuta de músicas que agradam ao ouvinte. Até mesmo reações como bater o pé ou sorrir involuntariamente são considerados indícios poderosos de conexão emocional.
Ainda assim, os cientistas reforçam que a experiência musical é profundamente pessoal. Estudos apontam que o gosto varia significativamente de pessoa para pessoa, sendo influenciado por vivências, cultura e memória afetiva. Por isso, muitos testes usam playlists personalizadas para medir reações fisiológicas.
A diversidade de percepção musical foi ilustrada por uma pesquisa recente envolvendo o povo Tsimane, da Bolívia. Diferente das convenções ocidentais, a música tradicional deles utiliza escalas atonais e sons que, para a maioria das culturas, soam “desafinados”. Apesar disso, um estudo conjunto entre o MIT e o Instituto Max Planck concluiu que não há diferença biológica entre os Tsimane e outros povos: a diferença está na linguagem musical adquirida. Ou seja, a música pode ser universal, mas o que cada povo entende como belo ou harmonioso varia como um idioma.
Mesmo sendo um sucesso na década de 1980, Africa ganhou novo fôlego nos últimos anos. O revival veio especialmente após a banda Weezer lançar um cover da faixa, atendendo a um pedido inusitado de fãs nas redes sociais. Desde então, os números dispararam: mais de 6 milhões de cópias físicas vendidas nos EUA e mais de 3 bilhões de streams no Spotify, somando versões originais, ao vivo e covers.
Apesar de toda essa ciência, a melhor música do mundo ainda é – e sempre será – aquela que faz sentido para você.










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